sábado, 4 de abril de 2009

  • Maquiavel / MAQUIAVEL: IDEALIZADOR DO ESTADO FORTE

    Alguns escritores o identificam como "apenas" um historiador, outros dizem que além de historiador ele foi um importante filósofo político. A verdade é que Niccoló Machiavelli - entre nós Nicolau Maquiavel, nascido em Florença, Itália, em 03 de maio de 1469, dedicou grande parte de sua vida ao desenvolvimento e entendimento das maneiras de governar e "manipular" o poder. Pode-se dizer ainda que Maquiavel, com maestria desenvolveu a ciência política (a arte de governar), tendo como principal "engrenagem" o poder centralizado para a criação e defesa de um Estado forte. Dentre suas principais obras destaca-se "O Príncipe" - publicado em 1513. Muitos denominam esta publicação como um "tratado clássico da ciência política".Por outro lado, é prudente destacarmos a importância em identificar o "ambiente histórico" no qual Maquiavel cresceu - o Renascimento italiano. Nicolau viveu numa época de notáveis realizações da pesquisa histórica - apresentando preocupação com a crítica rigorosa das fontes de pesquisas e intercâmbio com outras disciplinas. Alguns críticos apontam que Maquiavel, em suas obras, revela uma certa falta de "sentido histórico". Este "sentido" existe, porém, de outra forma. Por outro lado, o ambiente político é também muito relevante para entendermos alguns pontos do pensamento de Maquiavel e sua teoria do Estado Absoluto. Muitos o apontam como sendo o fundador do pensamento político moderno. Durante os séculos XV e XVI o cenário político da Itália atravessava momentos desastrosos com respeito a sua governabilidade. Na época do renascimento havia uma expectativa de afirmação da monarquia absolutista. Os Estados Pontifícios eram controlados pelo Clero de maneira soberana. Invasões estrangeiras também contribuíram para o cenário caótico da província - destes podemos destacar o saque de Roma em 1527 - realizado por tropas do então imperador Carlos V. Também na Itália existiam ainda cidades - livres como: Gênova, Florença, Milão, etc. Já em outras localidades da Europa, havia uma proliferação do poder, que era distribuído da seguinte forma: Igreja Católica, Nobres, cidades - livres, Tiranos e reis estrangeiros.No entanto, diferentemente da Itália, nestas regiões se desenvolveram as monarquias nacionais, com reinos cada vez mais poderosos, e esta força real trouxe a capacidade de superar o "comando divino".Quando nos referimos as origens da idéia de concentração do poder, podemos dizer que parte do processo de formação do Estado Absolutista deu-se entre os séculos XV e XVIII - quando os reis procuraram criar suas próprias instituições (Conselho, exércitos, corpo de funcionários). A consolidação deste processo ocorreu em meados do século XVIII, com a presença da burocratização do processo político.Para Maquiavel - se fazia necessária á intolerância religiosa como requisito na formação deste Estado forte. Ele entendia ainda que desta forma, seriam extintas as invasões estrangeiras que tanto atingiam os assuntos internos da Itália.O fortalecimento do Estado passa a ser, portanto, algo necessário. A valorização da moral sofre a transição da esfera pessoal para universal, abandonando definitivamente o contexto divino. Segundo Maquiavel, o Estado com poder centralizado proporciona proteção, inclusive para seu condutor. Com isto, a idéia de liberdade do homem é posta de lado, abrindo espaço para a capacidade deste mesmo homem viver em sociedade, sempre em detrimento do poder centralizado.Uma vez consolidado o Estado de poder absoluto, é preciso enfrentar o desafio de mantê-lo como tal. Os caminhos percorridos para este fim independem conquanto que permaneça com a mesma característica de centralização. O Estado nesta condição é capaz de produzir suas próprias leis - um Estado autônomo e criador de política. Estas são estabelecidas também para conter os conflitos sociais - que no início serviram como "combustível" para alimentar a necessidade da formação do Estado Absolutista.A racionalidade é outra característica que precisa estar presente no comando do Estado - tal dimensão independe da ação tomada, desde que seja mantido o objetivo de atender (completamente) os interesses do poder centralizado. Seu assessoramento deve ser composto por personagens nacionais, para que assim, reúna capacidade de enfrentar, quando preciso - seus inimigos sem demonstrar fraquezas e, sobretudo, manter distante a criação de conflitos internos contra seu próprio condutor

    Utopia
    (Thomas More)

    Embora Utopia signifique lugar nenhum, ela representa uma ilha com uma comunidade perfeita. O livreto descreve o encontro de Thomas More, seu amigo Peter Gilles, e um velho estrangeiro chamado Raphael Nonsenso no jardim do hotel de More, na Antuérpia. Raphael é um antigo marinheiro que viajou com Américo Vespúcio. Após a morte de Vespúcio, Raphael continuou a viajar para novos lugares, incluindo Utopia.Sua descrição da terra ideal compreende o escopo da estória. Utopia é um lugar onde não há propriedade privada, onde todos trabalham, mas sem exageros. Os moradores de Utopia trabalham por três horas pela manhã e por três horas a tarde com um intervalo de duas horas no meio. Os empregos não dependem da pessoa ser homem ou mulher ou da sua formação anterior. Todos em Utopia vestem uma mesma roupa lisa. Os moradores de Utopia adultos não usam jóias; eles consideram os metais preciosos e as jóias como brinquedos para crianças. Um trecho do livro descreve a chegada de embaixadores estrangeiros. Eles usavam as jóias extravagantes e as vestimentas das cortes européias. Quando eles desembarcaram, eles ouviram, por acaso, as crianças rindo e dizendo: "Olhe para os bebezões". Os embaixadores logo perceberam que os seus jogos de prestígio não iria funcionar em Utopia, e eles tiraram as jóias. Embora nós, como leitores, podemos ser tentados a pensar que estas são as visões idealísticas de More, assim como o personagem de sua história, ele leva um certo tempo para aceitar todo o estilo de vida utopiano.Entretanto, Utopia é um ataque amargo a sociedade do renascimento cristão europeu. Ironicamente, os habitantes de Utopia são pagãos, apesar de que, na prática, eles são melhores cristãos que os cristãos europeus. Em outras palavras, os habitantes de Utopia são pacíficos, amáveis e respeitáveis. É ensinado a cada criança a cultivar a terra e sua educação artística liberal não tem fim em uma determinada idade. Entretanto, More não concorda com todas as práticas dos moradores de Utopia, ele permanece com muitas de suas idéias. Assim, o livro termina com More dando conta de que Inglaterra e Europa jamais irão adotar uma visão utopiana.

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